Nanotecnologia e Luz de LED: Um Novo Tratamento para o Câncer

Escrito por João Pedro | Oct 23, 2025 7:44:27 PM

Nova técnica destrói células de câncer sem danificar tecidos saudáveis.

Terapia com ELD e nanotecnologia médica: o que foi descoberto

Uma equipe internacional de pesquisadores desenvolveu uma técnica inovadora que usa luz de LED e nanopartículas de estanho para eliminar células de câncer de forma seletiva, preservando as células saudáveis. A descoberta, publicada na revista ACS Nano, em setembro de 2025, representa um avanço promissor no campo da nanotecnologia médica e das técnicas fototérmicas, oferecendo uma alternativa menos invasiva e potencialmente mais acessível aos tratamentos convencionais contra o câncer.

Nanoflakes de estanho e fototermia: como funciona a técnica

O estudo, conduzido por cientistas da University of Texas at Austin (EUA) em parceria com a Universidade de Porto (Portugal), mostrou que a combinação de nanoflakes de estanho (SnOx) com luz de LED de infravermelho próximo (NIR) pode destruir até 92% das células de câncer de pele em testes laboratoriais, enquanto preserva células saudáveis. A chave da inovação está na substituição de lasers caros por luzes de LED comuns: quando a luz incide sobre os nanoflakes há um aquecimento localizado que afeta preferencialmente as células tumorais, permitindo uma ação fototérmica seletiva sem danos generalizados.

Resultados em câncer de pele e cólon: eficácia e limitações atuais

Nos experimentos, a técnica apresentou eficiência elevada para células de câncer de pele e resultados intermediários para células de câncer de cólon, o que indica tanto potencial quanto a necessidade de otimização para diferentes tipos tumorais. Embora os números sejam promissores, é importante enfatizar que esses achados são de estágio pré-clínico. Ou seja, ainda é preciso testar segurança e eficácia em modelos vivos e, posteriormente, em ensaios clínicos antes de qualquer aplicação médica rotineira.

Tratamento contra o câncer mais acessível: implicações sociais e para o Brasil

Além da eficácia, o projeto chama atenção por seu potencial de democratizar o acesso a terapias avançadas. Em países como o Brasil, onde o acesso a tratamentos de ponta varia entre regiões, estratégias que utilizam LEDs econômicos e materiais abundantes como o estanho podem reduzir desigualdades no atendimento oncológico. A proposta de dispositivos portáteis e de menor custo também dialoga com iniciativas de saúde pública que buscam tecnologias seguras e escaláveis.

Próximos passos na pesquisa: protótipos, segurança e ensaios clínicos

Os pesquisadores planejam testar outros materiais, ajustar parâmetros de luz e temperatura e desenvolver protótipos práticos que possam ser avaliados in vivo. Somente após uma série de estudos de toxicidade e testes clínicos será possível avaliar se essa abordagem fototérmica com LED pode integrar, no futuro, o arsenal terapêutico contra o câncer.

Nanotecnologia e fotônica aplicadas à medicina: perspectivas futuras

Embora ainda experimental, a descoberta reforça como a combinação entre nanotecnologia e fotônica pode trazer tratamentos menos invasivos e mais econômicos. A esperança é que a luz, algo simples e cotidiano, vire uma aliada poderosa no combate ao câncer, oferecendo opções terapêuticas mais eficazes, humanas e acessíveis.

 

 

 

 

Fonte: Scientists create LED light that kills cancer cells without harming healthy ones, ScienceDaily, 20 de outubro de 2025. Disponível em: https://www.sciencedaily.com/releases/2025/10/251020092831.htm